07.07.2010
Uma empresa de Blumenau gerou uma tecnologia para cultivar microalgas e com elas, produzir biodiesel ou produtos para indústrias alimentícias e farmacêuticas. A H2ALL Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico em Energias Renováveis desenvolveu a novidade com recursos do programa Sinapse de Inovação, financiado pela Fapesc (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa Catarina) e pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos). Cada uma repassou metade dos R$3 milhões que permitiram a criação de 60 empresas e a transformação de suas propostas em produtos e processos inovadores.

Executado pela Fundação Certi (Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras), o programa teve por objetivo transformar boas idéias em negócios de sucesso e permitiu que empresas nascentes dessem o pontapé inicial com base no conhecimento científico.

“A Fapesc nos proporcionou não apenas a execução de um projeto de cunho tecnológico, mas a realização de um sonho. Ele hoje representa nossa empresa como nosso cartão de visitas,” diz Aline Dal Conti Lampert Laux, uma das sócias da H2ALL, que recebeu R$50 mil do programa Sinapse.

Outro sócio é Luiz Alessandro da Silva, pesquisador na área de biocombustível, com ênfase nos processos de produção de biomassa microalgal. Ele explica os resultados do projeto selecionado via chamada pública e que terá aplicação indireta na modernização da matriz energética brasileira: “oferecemos não o biocombustível, mas a tecnologia para a sua produção. O Brasil tem conhecimento tecnológico suficiente para iniciar e impulsionar a produção de biocombustível em escala comercial. Nesse contexto, a utilização de microalgas para a produção de biocombustível surge como uma excelente alternativa ao cultivo de oleaginosas tradicionais”.

A soja é a oleaginosa mais usada no Brasil para produzir biodiesel. O país colheu uma safra recorde em 2009/2010 – 68,7 milhões de toneladas – e parte dela foi usada para garantir 85 por cento da produção nacional de biodiesel. Contudo, já se fala em reduzir o plantio no Mato Grosso, atual principal produtor do grão, e por isso buscam-se outras matérias-primas para assegurar a mistura de 5 por cento de biodiesel no diesel (proporção usada hoje no Brasil). Estudos sobre o uso da palma – cujo conteúdo de óleo é maior que o da soja – estão sendo conduzidos, porém mesmo que sua viabilidade for comprovada, trata-se de uma cultura agrícola que requer certo tempo para atingir o ponto de colheita.

As microalgas crescem muito mais rapidamente e permitem maior produção de biocombustível, além de apresentar vantagens ambientais. Com a tecnologia gerada pela H2ALL, seria usado o gás carbônico das emissões gasosas industriais, como fonte de carbono para a alimentação das microalgas. A biomassa extraída do processo de cultivo servirá para a produção de biocombustível por craqueamento térmico e de biocomposto por extração, o qual pode ser empregado na indústria alimentícia e farmacêutica.

Para saber mais sobre a tecnologia, acesse o site
www.h2all.com.br ou ligue para Aline Dal Conti Lampert Laux no (47) 9923-2752.

A respeito do Programa Sinapse da Inovação Operação SC-2009, existem dados no site www.sinapsedainovacao.com.br. A responsável pelo programa na Fapesc é a coordenadora de projetos Deborah Bernett, fone 3215 1223, e-mail debora@fapesc.sc.gov.br.