Paolo Moser, integrante da equipe Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina (IFFSC) – apoiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) –, recebeu bolsa para desenvolver pesquisas na Universidade de Minnesota, a convite do Serviço Florestal dos Estados Unidos.

Moser vai estudar a modelagem de mudanças de estoque de carbono em florestas amazônicas, no âmbito do projeto “Quantificação da Degradação Florestal por meio de Inventário e Sensoriamento Remoto”, financiado pelo programa “SilvaCarbon” da organização US AID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, em português).  O trabalho faz parte de seu projeto de doutorado em Engenharia Ambiental na FURB, intitulado “Métodos não-paramétricos para a estimação de atributos florestais a partir de dados de inventário terrestre e remotamente situados”.

O objetivo principal do estudo é desenvolver, a partir dos dados de entrada, uma metodologia para estimar biomassa/estoque de carbono de fragmentos florestais (dado de saída). O método permitirá reduzir custos e o tempo gasto na aferição de biomassa feita unicamente com base em inventário terrestre.

cyathea sp. com vriesea incurvata epífito
Cyathea sp. com Vriesea incurvata epífito

As experiências obtidas com os dados da Amazônia serão aplicadas em dados LiDAR (Light Detection and Ranging) coletados no decorrer de 2014 em Santa Catarina, de onde já se possui a informação terrestre, provida pelo IFFSC. A tecnologia ainda é incipiente, principalmente para estudos de larga amplitude geográfica. O estudo será pioneiro no Brasil, no que diz respeito à aquisição de dados e aferição de modelos matemáticos de biomassa remotamente sensoriada em larga escala,.  

O Inventário Florístico-Florestal de Santa Catarina começou em 2007 e agora entra em um novo ciclo, com levantamento de todas as mudanças ocorridas durante esse período de sete anos, seja na dinâmica da floresta ou no uso do solo. O coordenador do projeto, Alexander Vibrans afirma: “é interessante saber se a floresta cresceu, quanto ela cresceu, se foi desmatada, invadida, queimada, enfim, o que aconteceu”.

O levantamento será realizado por uma equipe de cinco pessoas que visitará locais demarcados com hastes de ferro. “Isto vai ser extremamente importante porque vamos saber o quanto a floresta cresce, quantas árvores nascem ou morrem. Isso a gente não tinha como saber da primeira vez”, diz Vibrans. As pesquisas vão começar no Planalto Norte, passando pela Serra Catarinense, Planalto Sul, Oeste do estado e, por último, a região litorânea

Fonte: Jéssica Trombini/FAPESC