14.05.2010

Dezenas de amostras, todas acondicionadas em anéis protetores para conservar as mesmas propriedades do material da encosta  das quais foram retiradas, foi o resultado de mais uma visita de alunos e professores da Unisul ao Morro do Baú, no município de Ilhota – cenário de uma das maiores tragédias naturais ocorridas em Santa Catarina, em 2008. As amostras têm como destino os laboratórios da universidade, onde serão objeto de diversas pesquisas e testes para determinar suas propriedades.

Da equipe que revisitou o Morro do Baú, na terça-feira, dia 4, participaram alunos dos cursos de Engenharia Civil e Engenharia Ambiental, acompanhados pelas professoras Regina Davison Dias e Rachel Magnago. A professora e geógrafa Maria Paula Marimonn, da Udesc, acompanhou.  A atividade faz parte do projeto Monitoramento Geotécnico dos Deslizamentos e Inundações Visando determinação das Áreas de Risco, aprovado pela FAPESC dentro da chamada pública direcionada ao estudo das áreas atingidas pelas enchentes e deslizamentos em 2008.

“Uma das sugestões encaminhadas pelo Plano Integrado de Prevenção e Mitigação de Riscos de Desastres Naturais na Bacia Hidrográfica do Rio Itajaí – PPRD-Itajaí, instituído pelo governo do Estado, que reuniu especialistas de diversas universidades catarinenses, foi o de lançar editais para promover o desenvolvimento de pesquisas sobre o tema”, ressalta a professora Regina, que também fez parte do grupo de trabalho do governo.

A equipe coletou amostras em vários pontos. Um deles  foi o  CPII, no Alto do Baú, onde  várias casas foram soterradas pelos deslizamentos. Os cortes abertos na vegetação com o deslocamento da terra ainda são visíveis em alguns locais, em outros a vegetação já começou a recompor uma camada protetora.  “Com o material coletado faremos ensaios em laboratório para estimarmos o comportamento do solo frente a deslizamentos e a obras que solicitarem o subsolo. Esse conhecimento poderá servir de base de cálculo para todos os locais com características semelhantes”, ressalta a professora Regina.

Esta não foi a primeira coleta realizada. O projeto já iniciou há alguns meses e se soma a outros  que se seguiram à tragédia de 2008. Professores da Unisul, além de participação no grupo de trabalho criado pelo Governo do Estado, criaram o Núcleo de Pesquisa em Desastres Naturais. E o curso de Arquitetura, juntamente com o grupo de trabalho do governo, o IPT e o Ministério das Cidades, realizaram o curso de multiplicadores em gestão de risco de desastres naturais. Outras pesquisas estão também em andamento, algumas já foram concluídas.

A professora Rachel observa que, com atividades assim, reunindo diversos cursos, forma-se  uma massa crítica interdisciplinar com uma visão ampla das questões que estão sendo colocadas pelo mundo atual, que cada vez mais constantemente registra desastres naturais de grandes proporções.

Fonte: Unisul