17.06.2010
Uma variedade de arroz cultivada e melhorada geneticamente foi lançada hoje (17) na Estação Experimental de Itajaí, mantida pela Epagri (Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina). “Esta nova cultivar de arroz atenderá a mais de 8 mil famílias de agricultores e um parque industrial composto por mais de 50 indústrias de beneficiamento e que garante mais de 2 mil empregos diretos em SC”, diz o engenheiro agrônomo Rubens Marschalek, um dos responsáveis pelo desenvolvimento da SCS116 Satoru.

O nome da cultivar homenageia o falecido Dr. Satoru Yokoyama, “que muito contribuiu para o desenvolvimento da orizicultura catarinense”, segundo o Dr. Zenório Piana, Diretor de Pesquisa Agropecuária e Meio Ambiente da Fapesc (Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica). Ele participou dos estudos para o melhoramento genético do arroz iniciados em 1998, e que resultaram na criação de 16 novas cultivares de arroz adaptadas às condições do sul brasileiro. Este processo contínuo permitiu que Santa Catarina alcançasse o segundo lugar no volume de produção de arroz irrigado a nível nacional, e alçou o Brasil à condição de um dos países que ostenta a maior produtividade de arroz no mundo, rivalizando com os países do sudeste asiático.

“Nos últimos 4 anos, a Fapesc repassou mais de R$ 2 milhões para projetos de pesquisa com arroz na Estação Experimental da Epagri em Itajaí. Somente para a pesquisa com arroz irrigado, foram repassados R$ 686.560,00 – sendo R$ 307.460,00 por meio da Chamada Pública Ciências Agrárias 2006, R$ 204.100,00 para o projeto Arroz Orgânico (contemplado na modalidade fluxo contínuo) e R$ 175.000,00 pelo projeto Desenvolvimento Regional Sustentável, da Secretaria de Desenvolvimento Regional de Taió”, explica o Dr. Piana. A isso se somam 3 projetos aprovados no programa Jovens Pesquisadores, os quais também têm relação com a orizicultura catarinense.

Em Santa Catarina, o arroz é fonte de renda para mais de 12 mil famílias rurais e movimenta aproximadamente um bilhão de reais a cada safra. Para a próxima safra, os produtores já contarão com as sementes certificadas da Satoru.  Se nos primeiros 3 anos a cultivar for plantada em 30% da área de arroz no território catarinense, a produtividade média nelas pode aumentar em 5%. Assim, haveria um acréscimo na produção de 350 mil sacas de arroz, o que representaria R$ 9,8 milhões injetados no setor produtivo, conforme estimativa de José Alberto Noldin, pesquisador da Epagri em Itajaí.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Fapesc, com contribuições da Epagri.