18.06.2010

Encontrar uma nova linhagem de plástico biodegradável produzido a partir de bactérias como a Chromobacterium Violaceum, microorganismo encontrado nos rios Solimões, Madeira e, principalmente, no Negro, é o foco da pesquisa do doutor em Biotecnologia pela USP, Aldo Rodrigues de Lima Procópio.

Procópio, que é bolsista do Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM) e professor colaborador no Programa de Mestrado em Biotecnologia e Recursos Naturais da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), pesquisa, com um grupo de biólogos, formas de polímeros biodegradáveis com propriedades idênticas as dos plásticos convencionais.

Por causa de sua capacidade de biossíntese por meio do homopolímero (polihidroxivalerato–PHV), a bactéria C. Violaceum possui potencial de aplicação tecnológica. De acordo com o pesquisador, após um período de limitação de carbono aos microorganismos, denominado de “fome” e, posteriormente, quando expostos a elevadas concentrações do mesmo elemento químico, chamado “fartura”, as bactérias transformam a maior parte do substrato em reservas poliméricas internas e o restante em crescimento celular.

Fases e resultados

Atualmente a pesquisa se encontra na fase de seleção das bactérias. “Fizemos a coleta, o isolamento e agora estamos procurando identificar a qualidade de plástico que esses microorganismos produzem”, disse o pesquisador.

Procópio afirmou que os plásticos convencionais, produzidos a partir de derivados de petróleo, originam enormes problemas de contaminação ambiental por não serem biodegradáveis. “Os plásticos biodegradáveis custam quatro vezes o valor dos convencionais, porém trazem mais benefícios ao meio ambiente”, salientou.

A pesquisa tem duração de três anos e a expectativa é de encontrar resultados positivos que possam ser oferecidos às indústrias que trabalham com esse tipo de material, como a farmacêutica, a médica entre outras.

Sobre o Programa DCR da FAPEAM, o pesquisador foi enfático ao afirmar que é de suma importância para o desenvolvimento do Estado e que a Amazônia possui um laboratório natural que precisa ainda ser muito explorado pelos especialistas. “Existe mão de obra qualificada no Amazonas, todavia ainda é muito pequena. No meu caso foi amor à primeira vista minha vinda para esta região”, ressaltou.

A conclusão do sequenciamento do DNA da bactéria Chromobacterium violaceum, microrganismo de grande potencial medicinal, ecológico e industrial foi anunciada em dezembro de 2001.

Sobre o DCR

O Programa de Desenvolvimento Científico Regional (DCR) consiste em apoiar, com bolsas, passagens e auxílio, doutores titulados em outros estados e no Amazonas, interessados em desenvolver pesquisas em instituições localizadas no Amazonas

Fonte: Carlos Fábio Guimarães – Agência Fapeam

——
FAPEAM
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas
Departamento de Difusão do Conhecimento – Decon
Contato: (92) 3878-4011
Visite nosso site http://www.fapeam.am.gov.br
Siga a Fapeam no twitter