A colunista Estela Benetti entrevistou Luiz Ademir Hessmann, presidente da Epagri. Leia abaixo.
Graças aos investimentos em pesquisa nas últimas décadas, a Empresa de Pesquisa Agrícola e Pecuária do governo de SC (Epagri), que é a “Embrapa” catarinense, conseguiu liderar avanços em sementes, mudas e outras melhorias a sete produtos agrícolas, com destaque para arroz, cebola, alho e maçã.
Sob o comando do médico veterinário e servidor de carreira da Cidasc Luiz Ademir Hessmann, a companhia deu um salto expressivo em pesquisas ao triplicar o número de doutores.
A Epagri fez grandes mudanças na área de recursos humanos nos últimos anos. O que priorizou?
Lançamos um programa de demissão incentivada (PDV) pelo qual saíram 612 servidores e contratamos 416 novos, dos quais priorizamos 289 engenheiro agrônomos. Hoje, dos 295 municípios de SC, em 290 temos um escritório com um engenheiro agrônomo para atender os produtores. Isso nos dá uma garantia técnica forte. Implantamos nos últimos três anos uma avaliação funcional, o plano gerencial da Epagri. Cada servidor tem ascensão salarial de 3% por antiguidade e 3% por avaliação funcional. Entre os indicadores estão o resultado do balanço social, número de atendimento no campo e lançamento de novas cultivares. Temos 142 doutores, 118 mestres e 172 especialistas. Triplicamos o número de doutores. Tínhamos 50 e aumentamos para 142. Um doutor, se não tem um experimento na sua atividade, não tem publicações, perde 3% da sua avaliação. Se houver problemas administrativos, ele perde na a possibilidade Esse número de doutores para pesquisa aplicada é expressivo.
Quais são as pesquisas aplicadas feitas pela Epagri nas últimas décadas que causaram revolução na produção?
No arroz somos líderes no desenvolvimento de sementes. Hoje, 74% das sementes de arroz plantadas em Santa Catarina e 63% no Rio Grande do Sul RS são de pesquisas nossas.  Em Goiás, são cerca de 80%. A Epagri é top de linha no Brasil em pesquisas para sete produtos: arroz, cebola, alho, maçã, pêssego, pêra, pastagens e mel. Também nos destacamos em outras frutas como nectarina e ameixa. A vitivinicultura dos campos de altitude fomos nós que desenvolvemos e agora estamos buscando a indicação de origem junto com o Sebrae. O arroz vermelho apareceu em Araranguá como um inço, que prejudicava a produção. Fizemos uma seleção de sementes e hoje temos 42 produtores desse arroz orgânico que exportam tudo para o Japão.
Como é o orçamento da empresa?
Nosso orçamento é de R$ 390 milhões no ano, incluindo a folha de pagamentos. Mas além de recursos próprios em pesquisas, fazemos parcerias com a Embrapa e a Fapesc, a fundação de pesquisas do Estado. De cada R$ 1 real que a Fapesc coloca na Epagri, nós colocamos mais um.
Um dos projetos fortes é o de formação de jovens. Como funciona?
No final deste ano, chegaremos a 1,9 mil jovens formados. Oferecemos cursos técnicos numa pedagogia de alternância nos nossos 13 centros de treinamento. Eles ficam uma semana, voltam para suas casas e retornam depois. Capacitamos para turismo rural, queijarias, agroindústrias, hortaliças orgânicas e outras atividades. Nem todos projetos envolvem a agricultura diretamente. Há jovens investindo em oficinas mecânicas e outros serviços. A Associação Catarinense de Supermercados (Acats) estimula o produtor rural da agricultura familiar a se tornar um fornecedor do setor.
Fonte: DC
Link original: http://dc.clicrbs.com.br/sc/colunistas/estela-benetti/noticia/2017/08/a-epagri-e-top-de-linha-no-brasil-em-pesquisas-para-sete-produtos-diz-presidente-da-empresa-9874270.html
Foto: Gisele Dias / Epagri