A micro empresa PalmSoft, com sede em Florianópolis, criou um software para visualização interativa de dados de áreas sociais, econômicas e ambientais, o G4D (Graphics for decisions). O projeto foi desenvolvido entre 2013 e 2015 com auxílio do PAPPE (Programa de Subvenção à Inovação em Micro e Pequenas Empresas), com recursos do governo estadual, por meio da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina), e do governo federal, por meio da FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos). Devido ao potencial de mercado do software e ao desenvolvimento que ele exige, a equipe da PalmSoft decidiu criar uma startup em formato de S.A., dando origem à GD4/S.A no começo deste ano.
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O G4D possibilita que pessoas com pouco conhecimento em informática interajam e explorem com facilidade grandes volumes de dados de seu interesse. Os dados disponíveis sobre diversos temas são visualizados com o comando do usuário, por meio de diferentes formatos gráficos, gerando compreensões que não seriam possíveis de se obter com relatórios convencionais. Alguns dos dados que podem ser visualizados são a evolução de indicadores municipais de interesse ao longo dos meses ou anos (em um mapa geográfico de regiões censitárias do município), a execução orçamentária e os gastos com horas extras nos órgãos representados em organograma institucional (em um mapa conceitual que corresponde ao organograma da instituição).
A equipe que desenvolveu o programa pensou no uso das informações por decisores de alto nível e por profissionais que não possuem conhecimento técnico para manusear essas ferramentas, já que a maior parte dos similares disponíveis no mercado exige grande conhecimento técnico de informática e equipamentos especializados. “Além disso, há toda uma nova geração que chega ao mercado de trabalho que se habituou à interatividade, fluidez e tempo de resposta das visualizações dos jogos eletrônicos e espera encontrar estas características nos seus sistemas de apoio à decisão”, diz Alexandre Sena, pesquisador da empresa.
A tecnologia para a criação do software foi totalmente desenvolvida pela própria da empresa durante 10 anos de experiência com jogos eletrônicos para celulares, jogos online, para redes sociais, smartphones e tablets. “A ideia de desenvolver o G4D surgiu em 2010, com uma demanda de um cliente que nos procurou para mostrar de forma animada dados históricos, de forma que pudesse apresentar tendências que ele havia percebido, mas que seriam muito difíceis de visualizar por meio de tabelas. Ao invés de simplesmente fazermos uma animação, desenvolvemos o primeiro protótipo do que hoje é o produto G4D”, conta Alexandre.
Capa g4d
A primeira versão comercial do G4D surgiu em 2014, e a empresa continuou investindo em P&D, com foco neste produto. Os dados geolocalizados mais procurados pelos clientes no setor privado são informações da área de marketing e vendas, como acompanhamento do desempenho de produtos e serviços por região, e possível identificação de oportunidades.  Já no setor público, os exemplos são focados em acompanhamento da arrecadação, dados censitários (população, PIB, renda per capita, etc), na área de saúde (epidemias) e agrícolas (tendência de produção). “A pesquisa realizada pela PalmSoft extravasou o seu objetivo inicial, pois o desenvolvimento tecnológico inserido no produto é já um avanço que aponta para novas aplicações em projetos futuros. E esta é a tônica para a maioria das empresas apoiadas, que vão além, possivelmente em novas edições do PAPPE-SUBVENÇÃO ou via outras fontes de recursos para P&D”, diz Gilberto Montibeller, coordenador científico de projetos da FAPESC que acompanhou o desenvolvimento dos projetos do PAPPE.
“Embora o G4D tenha diferenciais relevantes e várias possibilidades de nichos de mercado para explorar, a empresa precisa estar fortemente capitalizada e o produto ainda mais desenvolvido para que possa competir e ser viável neste mercado”, diz Alexandre. O produto se enquadra no mercado de Plataformas de Análise de Dados, que é dominado por grandes empresas fortemente capitalizadas. Por isso, a equipe chegou à conclusão de que seria estratégica a criação de uma startup no formato de uma S.A., totalmente voltada para o desenvolvimento deste produto, a fim de atrair investidores ou fundos de investimentos. “Os recursos da FAPESC e da FINEP foram vitais para o desenvolvimento de nosso produto, nosso primeiro comercializável. Foi este resultado que estimulou novos aportes de nossos investidores que nos levaram a novas versões do produto e à criação da G4D S.A”, complementa. O G4D está em fase inicial de implantação nas empresas Irmãos Fischer S/A, Sistema Info, VH Soluções e no Grupo Guga Kuerten. Está prevista uma nova versão comercial do software para este ano.
Por: Jéssica Trombini – Coordenadoria de Comunicação da FAPESC