Um grupo de pesquisadores da Epagri e professores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) fez uma viagem técnica a Itália e Alemanha entre 28 de agosto e 12 de setembro em busca de variedades de videira resistentes a doenças fúngicas. A viagem faz parte de um projeto das instituições para desenvolver plantas de videira resistentes a doenças e adaptadas às condições de Santa Catarina.
O projeto, que iniciou em 2014, é financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e desenvolvido em parceria com o Institute for Grapevine Breeding Geilweirlerhof (Alemanha) e o Istituto Agrario di San Michele all‘Adige – Edmund Mach Foundation (Itália), duas das instituições mais importantes do mundo que atuam no melhoramento genético da videira.
Na primeira etapa do projeto, são avaliadas a adaptação de diferentes variedades de videira resistentes a doenças em cinco regiões de Santa Catarina (Urussanga, São Joaquim, Curitibanos, Água Doce e Videira). A segunda etapa prevê cruzamentos entre diferentes genótipos com genes de resistência a doenças com o objetivo de criar variedades adaptadas às condições de cultivo do Sul do Brasil.
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Durante a viagem, os pesquisadores Alberto Fontanella Brighenti e Marco Antonio Dalbó, da Epagri, e os professores Leocir Welter e Lirio dal Vesco, da UFSC, conheceram o trabalho das equipes de melhoramento genético da videira no Institute for Grapevine Breeding Geilweirlerhof e na Edmund Mach Foundation. Os visitantes definiram os cruzamentos que serão realizados no Brasil durante a safra 2016. Também puderam confirmar o potencial agronômico e enológico das variedades resistentes.
Plantas resistentes
Variedades de videira resistentes a fungos são resultado de cruzamentos interespecíficos entre a espécie europeia (V. vinífera) e as espécies norte-americanas e asiáticas (V. riparia, V. amurensis e V. rupestris), que transferem alta resistência a doenças fúngicas, como míldio, oídio e podridão cinzenta. A partir dos anos 90, foram desenvolvidas variedades resistentes a fungos com uma porcentagem significativa (mais de 85%) de V. vinifera em sua genealogia.
Essas variedades, chamadas de PIWI (do alemão: Pilzwiderstandsfähige, resistente a doenças), são consideradas V. vinifera em catálogos de diversos países europeus. “Hoje, o plantio delas está em expansão na Europa e na América do Norte. Os principais países à frente das novas variedades são Alemanha, Itália e Hungria”, explica o pesquisador Alberto Brighenti.
Fonte: Epagri
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