O acesso a medicamentos para asma grave e a acessibilidade da assistência farmacêutica em Florianópolis e Joinville foram objetos de um estudo realizado com apoio da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina). Ele foi um dos muitos apresentados em abril, durante o Seminário de Avaliação Parcial dos Projetos da Chamada 007/2013 do PPSUS (Programa de Pesquisa para o Sistema Único de Saúde).

“Disponibilizar os medicamentos não é suficiente para concretizar os resultados do tratamento. Concebendo a experiência das pessoas, é necessário que um manejo seja feito para que a gente possa ter resultados melhores com o uso destes medicamentos”, disse Luciano Soares, da FURJ (Fundação Educacional da Região de Joinville).
A pesquisa que ele coordena descreveu o perfil dos pacientes com diagnóstico de asma grave e o processo administrativo nas Farmácias Escola da Univille/SUS/SMS e da UFSC/SUS/SMS. Também analisou as relações entre o uso de serviços de saúde e de medicamentos, a partir do modelo Comportamental do Uso de Serviços de Saúde. Foram contatadas pessoas nos dois mais populosos municípios catarinenses: Joinville (com população de 526.338 habitantes) e Florianópolis (453.285).
Outra pesquisa sobre tema correlato – Entrega domiciliar de medicamentos em Santa Catarina – foi apresentada por Carine Raquel Blatt, da FURB (Universidade Regional de Blumenau). Ela justificou a escolha do assunto: “a área de assistência farmacêutica no SUS tem passado por transformações importantes, no entanto ainda são observadas iniquidades significativas, como no acesso deficitário e irracional a medicamentos e na acessibilidade (disponibilidade e financiamento) aos serviços de cuidados, causando baixa resolutividade terapêutica das ações de saúde”.
Segundo a pesquisadora, o papel dos serviços farmacêuticos permanece mal definido no contexto do sistema de saúde. Situações complexas, como adesão ao tratamento, intoxicações por medicamentos, resultados negativos associados aos medicamentos, necessidades em saúde, são exemplos de fenômenos que são desafios para desenvolver o conhecimento de forma articulada aos valores e às demandas da sociedade.
A pesquisa envolve pessoas de todos os municípios catarinenses por meio de questionários a serem preenchidos por cada gestor municipal da Assistência Farmacêutica. Ao final da pesquisa espera-se também traçar o perfil de organização deste modelo de acesso de medicamentos em Santa Catarina, contribuindo assim para a discussão das formas de acesso a medicamentos, para o uso racional de medicamentos, bem como, para o aperfeiçoamento da Política Nacional de Saúde e Assistência Farmacêutica.
Suas conclusões foram parcialmente apresentadas dia 5 de abril, podem contribuir para a compreensão dos determinantes sociais desses fenômenos, visando estimular a discussão dos problemas nessa área, auxiliar no aprimoramento das políticas públicas de saúde, e reorientar os serviços para atender as demandas da sociedade por saúde.
PPSUS
As chamadas estaduais do Ministério da Saúde são operadas por meio do Programa Pesquisa para o SUS E apresentam a perspectiva de reduzir as desigualdades regionais na pesquisa em saúde, colocando a pesquisa a serviço dos sistemas locais de saúde. Sete editais (chamadas públicas) nesse sentido foram lançados nos últimos dez anos em Santa Catarina, segundo a coordenadora do PPSUS, a fonoaudióloga Fernanda B. Antoniolli
Fonte: Coordenadoria de Comunicação da FAPESC