Diante das mudanças climáticas, como garantir água, alimentos e energia para as futuras gerações? Essa e muitas outras questões foram debatidas por aproximadamente 40 pesquisadores de 11 nacionalidades diferentes no Workshop LINKS 2015 e BRIDGE, organizado pelo Grupo de Pesquisa Greens (Eficiência Energética e Sustentabilidade ) da UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina), em Florianópolis. O evento foi bancado pela Universidade de Cambridge (particularmente pelo Cambridge Centre for Climate Change Mitigation Research) e reuniu cientistas de instituições como a Universidade Aberta do Reino Unido, Unicamp, UFSC, USP, PUC-RS, Universidade Católica de Santos, COPPE/UFRJ e a Cambridge Econometrics.
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A primeira sessão do workshop, realizada dia 27 de abril, marcou o encerramento do projeto LINKS, que estudou as ligações entre o consumo de energia, alimentos e água no Brasil, no contexto das estratégias de mitigação das mudanças climáticas‏. O LINKS recebeu recursos do Fundo Newton e da FAPESC (Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina), que deu sua contrapartida ao fundo do governo britânico após o projeto ter sido selecionado numa chamada pública conjunta, entre  CONFAP (Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa)  e RCUK (Research Council United Kingdom).
Ainda mais importante foi o lançamento do projeto BRIDGE (Building Resilience in a Dynamic Global Economy: Complexity across scales in the Brazilian Food-Water-Energy Nexus). Como o nome indica, o projeto visa criar “uma ponte” entre o conhecimento da Academia e as políticas públicas brasileiras, para que gestores e legisladores tenham embasamento científico na hora de tomar decisões sobre segurança alimentar, segurança hídrica e segurança energética no contexto das mudanças climáticas. “Teremos secas mais prolongas, maior incidência de chuvas, enfim, uma série de anormalidades que vão virar uma nova normalidade”, disse o Professor José Baltazar Salgueirinho Osório de Andrade Guerra, que coordena o BRIDGE entre outros projetos da UNISUL. “A palavra-chave é adaptação, pois as mudanças climáticas vão estar cada vez mais presentes na nossa vida.”
Legislação
O Professor Jean-Francois Mercure, pesquisador canadense que atua na Radboud University, da Holanda, conduziu a sessão Engajamento Acadêmico: como o projeto BRIDGE  pode servir à Academia Brasileira. A primeira a falar, via Skype, foi a Professora Cristiane Derani, do Centro de Ciências Jurídicas da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Ela abordou o tema Usando Metodologia para Melhor Construir o Conteúdo da Lei a ser Observada, salientando que a legislação ambiental nem sempre é respeitada no Brasil e isso contribui para o desmatamento, entre outros problemas.
Estudantes norte-americanos prestigiam o workshop. Da direita para a esquerda: Gabielle Mauricio, Gaia Bomfim, Julia Schweiss, Michael Bocksnick e Larry Tucker.
Estudantes norte-americanos prestigiam o workshop. Da direita para a esquerda: Gabielle Mauricio, Gaia Bomfim, Julia Schweiss, Michael Bocksnick e Larry Tucker.
Ponderou o Prof. Mercure: “Algumas consequências das mudanças climáticas se fazem sentir no Brasil antes de outros lugares por sua situação geográfica e sua economia. O melhor exemplo é a produção de alimentos, que neste país compete com a de biocombustíveis. E o Brasil é um país estratégico, o conhecimento produzido aqui pode ter impacto no mundo”. Como em outras áreas da ciência, é essencial trabalhar em rede e esse é um dos objetivos do BRIDGE, viabilizado mediante parceria entre a FAPESC, o ESRC (Economic&Social Research Council), e outras instituições britânicas e europeias, no âmbito do Fundo Newton operado pelo CONFAP.
Gilberto Montibeller Filho, coordenador de projetos na FAPESC, representou a instituição no workshop internacional encerrado dia 28 de abril, no Hotel Jurerê Beach Village.
Fonte: Coordenadoria de Comunicação da FAPESC