Em 2015, o lema adotado pelo governo federal foi “Brasil, Pátria Educadora”. Na prática, o discurso tem entre seus desafios universalizar o acesso ao ensino de qualidade em todos os níveis. Para tanto, o Brasil investe 5,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, marca acima da média dos países mais desenvolvidos do mundo, segundo projeção da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Estima-se que esse investimento pode ser ainda mais expressivo, com recursos dos royalties do petróleo e do fundo social do pré-sal. A meta para 2024, de acordo com o Plano Nacional de Educação (PNE), é que o gasto público com educação represente 10% do PIB.

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Sob responsabilidade do governo municipal, a educação básica é uma das esferas que mais exigem melhorias. A demanda por qualidade, fez com que muitas escolas investissem em recursos inovadores para a sala de aula em 2015. Aproveitando essa demanda, a startup Playmove, de Blumenau, registrou crescimento de 230% no ano passado, ao oferecer uma tecnologia ludopedagógica para a educação infantil: a PlayTable, primeira mesa digital com jogos educativos do Brasil. “As vendas para o setor público representaram 82% do nosso faturamento em 2015 e, neste ano, esperamos dobrar os negócios neste setor. Além disso, nossa meta é expandir para a área privada, que deve atingir 30% do volume total de vendas em 2016”, indica o diretor executivo da Playmove, Marlon Souza.

Além da priorização da educação como uma política de governo, a alta do dólar motivou o investimento em soluções nacionais e também influenciou os resultados positivos da startup. O aumento da produção acarretou ainda crescimento de 250% na equipe da empresa, que hoje conta com 25 colaboradores, e a mudança de sede. Atualmente, são cerca de 2 mil unidades da PlayTable em uso, distribuídas em 550 escolas públicas e privadas, beneficiando 200 mil crianças em todas as regiões do país. “Entre as nossas principais conquistas do ano, também estão o Prêmio Design Catarina e a seleção para a aceleradora Artemísia, focada em negócios de impacto social”, destaca o diretor executivo.

Educação inclusiva impulsiona vendas

Para 2016, as metas da empresa são bastante claras: dobrar a quantidade de mesas em uso, expandir as vendas para a América Latina, ampliar as parcerias com institutos e fundações e lançar 20 novos jogos para a PlayTable. Segundo Souza, a intensificação do programa de parceiros, focado em estúdios de games e desenvolvedores, será um dos caminhos trilhados para atingir esses objetivos. O empreendedor também pretende ampliar os times das áreas comercial e de desenvolvimento, além de lançar um novo site, com uma loja de aplicativos online.

Um mercado promissor para a tecnologia ludopedagógica desenvolvida pela startup são as instituições que trabalham com educação inclusiva. O segmento já teve destaque em 2015 e, com a Lei Brasileira de Inclusão, a expectativa que haja um aumento significativo nas vendas voltadas ao atendimento educacional especializado. “A PlayTable ganhou protagonismo nas instituições que atuam na inclusão de crianças com qualquer tipo de deficiência física, motora ou intelectual, como na educação municipal de Videira e Fraiburgo, em Santa Catarina. Acredito que 25% das mesas em uso atualmente são voltadas para esse fim”, observa Marlon.

Fonte: Larissa Cabral – Inbound.tech